Não sou de grandes planejamentos, de cronogramas disciplinados. Rebelde sobretudo com as palavras. Apenas sigo o fluxo da inspiração. Descobri que também trabalho bem mesmo quando limitada por um tema. Anos lidando com digitação, revisão, formatação de teses emprestaram-me um certo olhar distante. Escreva sobre o pedregulho atirado na janela. Eu escrevo. Gosto? Não, mas escrevo.
Escrever nem sempre é prazer. Aliás, na maior parte do tempo, é apenas necessidade. Um instinto, um impulso libertador, uma catarse urgente e inadiável. Admiro os contidos, pesquisadores pacientes, lapidadores do seu próprio talento. Para mim, escrever sempre foi um ato falho, um atravessar solitário pelos corredores da loucura. As palavras, tão preciosas e às vezes cruéis, abraçam a lógica e a devoram.
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