segunda-feira, 5 de agosto de 2013

FÁCIL?


Parei alguns minutos para assistir a um debate na TV. Um grupo heterogêneo discutindo sobre o conceito de mulher fácil. Prendeu minha atenção a discrepância entre uma e outra opinião. O velho conceito de que legal é ser difícil, valorizar-se, atiçar o desejo Como se as mulheres estivessem em um leilão aguardando o lance maior. 
Um rapaz confessou que perguntava a cada mulher com quem saia o número de parceiros em sua vida até ali. Bobagem! Ela sempre pode mentir, aumentar ou diminuir conforme a imagem que queira criar. Acho a pergunta irrelevante, além de imatura.
Qual o número exato a tornaria uma mulher fácil? E qual a extensão de tempo para isso acontecer? A vida toda? E se ela for uma jovem de vinte anos? Não, nada é muito fácil. Muito menos uma mulher.
Lembro-me perfeitamente do dia em que a coordenadora da escola entrou na sala de aula e começou a discursar sobre os motivos que levavam os meninos a fazer certas brincadeiras inadequadas com as colegas. Algo sobre bilhetes, desenhos e piadinhas. Pra mim, estava falando grego. Nem tinha percebido tal movimento durante qualquer aula. Eis que a professora pergunta se eu já tinha recebido algum desenho ou ouvido alguma piada daquele tipo. Respondi com a verdade - não. Aí virei exemplo, aquela que se dá ao respeito. Acho que outras meninas foram citadas igualmente, mas eu apaguei da memória. Eu me dava ao respeito. Aos onze anos de idade? 
Há mulheres que nem sei se são fáceis, são vulgares e me provocam vergonha alheia. São bem difíceis de engolir, isso sim. Mesmo assim, cada um sabe onde lhe cai a facilidade. 
Não cheguei à conclusão alguma. Também não direi se sou difícil ou fácil. O bom é ouvir "você é uma pessoa fácil de lidar". Você é fácil, já não é tão interessante.  Talvez eu seja fácil como um quebra-cabeça de mil peças. Depende da sua habilidade em formar a paisagem. 

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