sábado, 10 de agosto de 2013

O SILÊNCIO QUE DIZ TUDO


Todo mundo quer saber? Da verdade, sem rodeios? Não creio. Às vezes, o que se quer é a ignorância dos fatos. Pelo menos, dos mais dolorosos. Talvez dos mais sórdidos.
O silêncio nem sempre é o vazio. Apresenta também suas respostas para aqueles mais atentos. É quase leitura em braile. Você precisa ter intenção e atenção para entendê-lo. Ser cúmplice de uma pausa nos pensamentos. Se tiver coragem de enfrentá-lo, ele lhe dirá mais do que precisa saber.
O silêncio busca a sua falta de movimento. O momento do descanso, do preparo para o sono, a calmaria de mares. Entra na mente com cuidado, para poder preparar abrigo para novas ideias. Fonte de inspiração onde antes só havia agitação.
A falta daquela mensagem na tela. A ausência do nome no visor do celular quando toca. Não ligou. Será que viu? Notou? Anotou meu número? Não visualizada. Ih, ignorou. Eu sei, é assim mesmo, parece pura indiferença. Como se deixássemos de existir por alguns momentos. Justamente naqueles em que queríamos ser tão marcantes. Duas opções para o silêncio fazer eco: a pessoa não pode responder ou ela não quer. Indisponível, intransigente, inacessível.  
Se não reflete nada, se apenas apaga pegadas e sonhos, o silêncio é caos. Nem por isso se cala. Diz o que vem para revelar: acabou. Invade mentes em ebulição com seu manso prazer de faxinar. Sim, não há nada aqui pra você. então, ele diz tudo. Tudo o que você precisava ouvir. Tudo o que você não queria saber. 
Às vezes, o silêncio se desfaz com o tempo e tudo se acalma com palavras. Outras vezes, permanece sem verbo, mas traduz todo um mundo em olhares. Então, o silêncio completa. 

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